Um segurança da Riachuelo do Shopping RioMar, localizado no bairro do Pina, na Zona Sul do Recife, foi preso após acusar um cliente negro de roubar meias da loja. Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, ele foi autuado pelo crime inafiançável de racismo. No entanto, o flagrante foi por constrangimento ilegal.
O profissional passou por audiência de custódia, na qual foi julgado pelo constrangimento ilegal, e foi liberado para responder ao processo em liberdade.
A polícia diz que a vítima foi à loja e comprou meias. Ao sair, “teria se sentido constrangido a mostrar a nota fiscal comprovando que pagou pelo produto”. O caso aconteceu em 6 de setembro, segundo a corporação. O pedido de investigação do caso por racismo se deu em 14 de setembro e foi feito pelo advogado que representa a vítima, Kléber Freire.
O segurança foi levado à Delegacia de Boa Viagem, também na Zona Sul do Recife. “O autor foi levado à delegacia para realização dos procedimentos cabíveis, ficando em seguida à disposição da Justiça”, acrescentou a Polícia Civil.
O advogado Kléber Freire afirmou que o cliente foi ao shopping para participar de um seminário e, em um dos intervalos, se dirigiu à loja, onde comprou as meias. O segurança obrigou a vítima a mostrar meias que teriam sido roubadas e estariam em seu bolso.
“Ao chegar lá [na loja], estava olhando algumas mercadorias e resolveu comprar um kit que vem três pares de meia. Ele foi tranquilamente até o caixa e registrou, inclusive com CPF na nota. Ao sair da loja, foi abordado por um fiscal de prevenção de bens. Ele mostrou a nota fiscal e a coisa tomou uma projeção, porque foi uma abordagem vexatória na frente dos outros. Depois, veio o supervisor, que lamentou a abordagem. Foi chamada a gerente também, de forma que a vítima chamou o policiamento pois se sentiu discriminada”, explicou o advogado.
“Vamos trazer alegamentos que ensejam que a postura se reveste de um caráter discriminatório”, acrescentou Kléber Freire. O inquérito policial foi aberto e a delegacia tem até 30 dias para remetê-lo ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE).
via Portal Spy